quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Estudo aponta aumento de pacientes na fila e dos transplantes de fígado durante a pandemia nos EUA

Pesquisadores apontam que a pesquisa reúne evidências do aumento "alarmante" da hepatite alcoólica associada ao aumento no uso indevido de álcool durante a pandemia de Covid.


Lucas Tavares
Fonte: g1.globo.com
Em 26/10/2021


Bebidas alcoólicas foram alvo de grande parte da população durante a pandemia
Fonte: g1.globo.com

Pesquisadores da Universidade de Michigan apontaram em estudo publicado nesta terça-feira (26) que, durante a pandemia de Covid-19, aumentaram os registros de pacientes na lista de espera para transplantes de órgão relacionados com a hepatite alcoólica e também houve aumento do número de transplantes de fígado.

De acordo com os pesquisadores, os dois indicadores aumentaram em mais de 50% e, nos dois casos, os cientistas apontam a possível relação com o aumento da venda de álcool durante a pandemia.

“Embora não possamos confirmar a causalidade, este estudo fornece evidências de um aumento alarmante da hepatite alcoólica associada ao aumento conhecido no uso indevido de álcool durante a pandemia de Covid. E (o estudo) destaca a necessidade de intervenções de saúde pública em torno do consumo excessivo de álcool”, disse Maia S. Anderson, primeira autora do estudo.

O estudo (Association of COVID-19 With New Waiting List Registrations and Liver Transplantation for Alcoholic Hepatitis in the United States) foi publicado na revista científica Jama Network.

Entre os novos inscritos na lista de espera no período da pandemia, 37,3% eram mulheres e 62,7% eram homens. A proporção se manteve parecida com o verificado no período anterior à Covid-19.





Dia pela Saúde da População Negra: veja dados que mostram impacto da pandemia entre pretos e pardos

Mapa da Desigualdade apontou, em setembro deste ano, que entre a população negra, 47,6% das mortes ocorreram por causa da Covid-19; já entre a população branca foram 28,1%.


Lucas Tavares
Fonte: g1.globo.com
Em 27/10/2021

Negros e pardos correspondem ao maior número de vítimas da Covid-19
Fonte: g1.globo.com


No dia 24/10/2021 (quarta-feira) foi celebrado o "Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra" com o objetivo de chamar atenção para a vulnerabilidade deste grupo. Embora todos tenham sido afetados pela pandemia de Covid-19, dados apontam que os negros e pardos correspondem ao maior número de vítimas.

O Mapa da Desigualdade apontou, em setembro deste ano, que entre a população negra, 47,6% das mortes ocorreram por causa da Covid-19; já entre a população branca foram 28,1%.

A pesquisa feita pelo grupo avaliou a mortalidade de brancos e negros em bairros com diferentes perfis socioeconômicos na cidade de São Paulo.

Segundo a investigação, negros morreram mais de Covid-19 mesmo nos bairros mais ricos da capital paulista. E o Itaim Bibi, mesmo sendo considerado uma região de menor vulnerabilidade socioeconômica, apresenta uma diferença entre a proporção da população preta e parda que morreu em decorrência da doença.

A mortalidade materna está associada às limitações de acesso e disponibilidade de recursos assistenciais para pré-natal, parto e puerpério.

A vulnerabilidade da população negra sempre foi alarmante devido às desigualdades socioeconômicas que aflige essa parte da população. Em 2018, antes da pandemia, mais de 65% dos óbitos maternos foram de mulheres negras, contra 30% de brancas, de acordo com o Ministério da Saúde.

"As estatísticas expõem a vulnerabilidade estrutural das mulheres negras no Brasil, onde esse grupo é historicamente mantido em desvantagens. Em 2019, antes da pandemia, mais de 65% dos óbitos maternos foram de mulheres negras, contra 30% de brancas, de acordo com o Ministério da Saúde", analisa, em nota, a Sociedade Brasileira pela Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp).

Informação é prioridade
De acordo com a integrante do Grupo de Trabalho Diversidade, Equidade e Segurança do Paciente da SOBRASP, a enfermeira e docente da Escola Anna Nery /UFRJ e membro da Câmara de Políticas Raciais/UFRJ, Cecília Izidoro, entre os principais problemas na área da saúde que impactam mulheres e neonatos negros está a questão dos dados sobre raça/cor.